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Por que nos negligenciamos tanto? Um reencontro silencioso com a própria essência



Por que nos negligenciamos tanto? Um reencontro silencioso com a própria essência
Por que deixamos para depois o que nos revelaria agora? Um artigo profundo sobre autonegligência, autoconhecimento e a redescoberta de si através do silêncio interior e do mapa astral.



Um dia qualquer, um chamado antigo

Hoje eu resolvi ler meu mapa astral.
Ele estava lá. Pronto, acessível, mas esquecido. Eu sabia da sua existência, o link estava salvo, o arquivo guardado… e mesmo assim, nunca havia lido com real profundidade. Talvez por medo. Talvez por falta de tempo. Ou talvez porque, como muitos de nós, eu me negligenciei.

Essa pequena decisão — abrir um arquivo antigo e mergulhar em mim mesma — abriu também a porta para uma pergunta maior:
Por que nos negligenciamos tanto?

O que é negligenciar a si mesmo?

Negligenciar a si é abandonar o próprio processo.
É não se ouvir. É calar a intuição.
É priorizar sempre o outro.
É acreditar que nossas dores podem esperar. Que nossas verdades são secundárias. Que o que somos precisa caber nos moldes externos — e se não couber, melhor esconder.

Negligenciar a si não é apenas deixar de cuidar da saúde, de alimentar o corpo ou descansar. É deixar de se considerar como alguém digno de atenção e escuta. E o mais perigoso disso tudo é que essa negligência muitas vezes se apresenta de forma sutil, silenciosa e socialmente aceita.

Os “depois” que viram nunca

Quantas vezes você já se disse:
– “Depois eu vejo isso.”
– “Agora não é a hora.”
– “Quando eu tiver tempo…”
– “Não é tão importante assim.”

A verdade é que, quando se trata de nós mesmos, o depois costuma se transformar em nunca. A vida corre, as demandas externas gritam, e nós, por dentro, vamos silenciando os nossos chamados mais profundos.

O mapa astral é apenas um exemplo simbólico. Pode ser também aquele livro de autoconhecimento na estante, o diário em branco que nunca foi escrito, a consulta que você vive adiando, o curso que te encantou mas que você não se permitiu fazer, ou a prática espiritual que você sempre quis explorar mas nunca priorizou.

Por que fazemos isso?

A autonegligência tem raízes profundas. Aqui estão algumas delas:

1. A cultura da produtividade

Vivemos numa sociedade que valoriza mais o fazer do que o ser. Aprendemos que descansar é preguiça, que sentir é fraqueza, e que se colocar em primeiro lugar é egoísmo. Resultado? Suprimimos nossos ciclos internos e viramos máquinas de entrega e desempenho.

2. A dificuldade de se encarar

Olhar para dentro dói.
Autoconhecimento exige coragem.
Ler um mapa astral com sinceridade, por exemplo, é se deparar com nossos padrões, feridas, repetições e potenciais não vividos. E há quem prefira o conhecido da dor à incerteza da transformação.

3. O medo de mudar

Toda escuta profunda gera movimento. Se eu reconheço que estou desconectado de mim, que estou vivendo uma vida que não me representa, que estou repetindo padrões que me ferem… eu terei que fazer algo com isso. E mudar exige esforço. Exige desconstrução. Nem sempre estamos prontos — ou nos sentimos prontos.

4. A crença na indignidade

Lá no fundo, muitos de nós carregam a crença de que não merecem amor, paz ou plenitude. E essa crença faz com que nos coloquemos sempre em segundo, terceiro ou último lugar. O outro é sempre mais importante. O outro é sempre mais urgente.

O reencontro com a própria verdade

Mas o que acontece quando, mesmo que tardiamente, a gente se permite olhar?
Quando finalmente escutamos aquele chamado antigo e abrimos o mapa, o livro, o coração?

Acontece reencontro.
Acontece acolhimento.
Acontece um tipo de silêncio que não é ausência, mas presença total.

Não é sobre astrologia, necessariamente. É sobre coragem de se ver. Coragem de sentir. De voltar para casa. De lembrar que nós somos casa. E que por mais que tenhamos nos esquecido de nós, é sempre possível voltar.

O caminho do autoacolhimento

Para quebrar esse ciclo de autonegligência, é preciso cultivar o autoacolhimento. E ele começa nos pequenos gestos. Algumas sugestões práticas:

  • Separe 10 minutos por dia para escutar a si mesmo, sem distrações.
  • Escreva um diário emocional, sem julgamento.
  • Faça pequenas pausas conscientes ao longo do dia para se perguntar: Como estou me sentindo agora?
  • Honre seus ciclos: respeite seu cansaço, celebre sua alegria, acolha suas sombras.
  • Resgate ferramentas que fazem sentido pra você (mapa astral, meditação, arteterapia, espiritualidade, caminhada na natureza).
  • Diga “não” ao que te violenta e “sim” ao que te nutre — mesmo que pareça egoísmo aos olhos do mundo.

A jornada não é sobre se tornar alguém

A verdade é que o autoconhecimento não é uma escada rumo a um ideal.
Não é sobre se tornar uma “versão melhor” de si.
É sobre lembrar quem se é.
É sobre remover camadas.
É sobre se permitir viver com mais verdade.

E, por isso, cada gesto de presença consigo é revolucionário.

Conclusão: o mapa está em você

O seu mapa pode estar salvo num link, num PDF, ou talvez desenhado nas estrelas — mas ele só se revela quando você decide olhar com amor e responsabilidade. O verdadeiro mapa, no fim, está dentro. Está nos sinais que o corpo dá. Está nos sonhos que se repetem. Está nas dores que te convidam à escuta.

Hoje você pode ter lido seu mapa astral. Amanhã, talvez leia a si mesmo com mais clareza.
E isso, por si só, é cura.


Sobre o Autor
Sil Santos é terapeuta com formação em Terapias Integrativas e atua na promoção do bem-estar emocional e do autoconhecimento. Compartilha conteúdos que unem espiritualidade e prática, de forma simples e acessível.
📩 Contato: silsantosoficial66@gmail.com | 📱 WhatsApp: 5553984735496

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